The dark side

Oi, gentes! Hoje eu vou comentar um pouco sobre uma das primeiras vezes em que eu me senti um pouquinho mal pelas mudanças que aconteceram comigo nos últimos 8 meses. Mas antes de contar o que aconteceu, deixa eu ressaltar que não é nada que preocupe, ou faça repensar todos os ganhos de qualidade de vida e auto-estima que eu tive. Acho que NADA me faria repensar isso.

Mas vamos lá, que é engraçado e curioso. Só lembrando, eu era um cidadão gordo, cabeludo, barbudo e roqueiro. Agora eu sou só roqueiro. Continuo gostando das mesmas coisas que eu gostava, em termos de música. Ou seja, eu me sinto em casa no meio dos camisetas-pretas-com-logo-de-banda, eu gosto muito mais de um encontro de motos do que de um rodeio. No meu Iphone você encontra a discografia completa do Pink Floyd (inclusive o Ummagumma) e nenhuma música sequer do Luan Santana. Acho que você entendeu o que eu quero dizer com isso, né?

E já que eu falei em encontro de motos, eu sempre gostei de motos custom, inclusive eu já tive duas Shadow 600, e só não tenho uma moto agora mesmo devido à minha situação financeira (e porque a Paula não topa ficar sem carro). Ou seja, entre o pessoal das jaquetas de couro surradas eu também estou em casa.

Agora vamos rever duas coisas. Primeiro, o meu visual de antigamente:

Carinha de assustado, hein, tio?

E a minha atual aparência, apesar de hoje eu estar com mais olheiras do que o normal:

Precisando dormir, hein, tio?

Pois é, eu estou mesmo precisando dormir. Mas este não é o ponto. O fato é que umas duas semanas atrás teve um encontro de músicos aqui na minha cidade, e esta é uma grande oportunidade de encontrar os camisas-pretas e os jaquetas-de-couro. Eis que lá estava eu, no evento, indo comprar uma cerveja (juro, nunca mais vou tomar Skol. Essa porcaria é horrível!) que eu ia dividir com a Paula, e encontro um cidadão parecido com esse aqui:

Precisa ter medo não. Ele tem um ursinho de pelúcia no quarto, pode ter certeza. Se bobear, rosa.

É, eu gosto demais desse tipo de gente. Apesar da cara de mau, em geral esses caras são extremamente educados e gente fina. Mas a atitude aparentemente agressiva faz parte do estilo. Bom, estava eu lá, na fila do bar, o cara também, e eu, como de costume, acenei com a cabeça em sinal de reconhecimento e aprovação. Eis que vejo nos olhos do cidadão, na hora em que ele respondeu com um aceno discreto também, uma indagação que eu só posso interpretar como "o que diabos esse paquito loiro tá fazendo num lugar desses, e ainda por cima fazendo contato visal com um cara tão assustador quanto eu? Deve ser um p*** poser dos infernos". Aí eu percebi que essa minha identidade se foi, e que se eu quiser fazer parte da tribo de novo, vou ter que investir seriamente em couro preto. Droga!

Agora, parando pra pensar por esta ótica, bikers são tão fashion-victims quanto essa pessoa aí em baixo:

Pra mim, é o fim de todo um legado.

Abraços e até a próxima.