Hoje eu fui pra Pedreira com a minha irmã, a Paula e o feliz casal Rique-Ana. Foi muito bom poder sair de casa, ver gente, ver coisas diferentes. Andei pra caramba também, o que foi surpreendentemente fácil. A única coisa é que eu cheguei em casa absolutamente sem energia. Encostei na rede e dormi por uma hora. Eu não sou disso, e a gora minha noite vai ser BEM longa...
Voltando a Pedreira, o sol estava MEGA quente, então eu tomei água pra caramba. É bem tranqüilo, mesmo depois da cirurgia, e nas duas ou três horas que a gente ficou por lá eu tomei quase um litro e meio de água, e suei quase isso também. Depois a gente parou para descansar num café muito simpático, chamado Café da Santa, e eu tive uma pequena crise de abstinência, tinha muita coisa boa lá e eu não podia comer nada. Droga! Mas eu sei que vai passar rápido então foi só uma pontadinha, nada que não dê pra contornar.
De qualquer maneira, foi bom esticar as canelas, dar uma boa andada, teve até uma subida que eu fui com muito mais facilidade do que eu tive nos últimos 10 anos. Cara, nem eu sabia o quanto o peso extra era pesado!
So far, so good! Manda ver as próximas semanas!
sábado, 31 de outubro de 2009
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
É oficial, já perdi mais de 10 kg
Pois é. Os primeiros efeitos positivos da cirurgia já se fazem notar. Eu olho no espelho e vejo o seguinte: a dobra da barriga já diminuiu consideravelmente, o peito secou drasticamente, a gordura da virilha já deu uma recuada e a papada está menor. Nada disso sumiu, mas eu ainda tenho só 11 dias de operado, então o caminho está aberto.
Falando em números, na quarta feira eu fui ao médico fazer a pesagem oficial (que nem fórmula 1) e deu o seguinte: 126,8 kg. Sabendo que eu operei com 136,7 kg e que no último dia e meio eu devo ter perdido mais de 100 gramas, posso dizer com orgulho que estou mais de 10 kg mais próximo de ser um símbolo sexual. Hehehehe.
Ainda não vou postar foto de como eu estou, porque o choque vai ser maior semana que vem, então aguardem. Se bobear eu posto até umas poses sensuais. Just kiddin!
O corte também está fechando bem, quase não está saindo mais sangue e a cicatrização vai de vento em popa. Podia ser melhor, mas como eu não sou assim um exemplo de boa cicatrização, tá bala.
Outra coisa que eu quero falar é que fazer exercícios deve ficar muito mais prazeroso na hora em que eu os puder fazer. Digo isso porque o simples fato de andar sem carregar 10 kg de gordura é extremamente gratificante. Parece que o esforço diminuiu exponencialmente eu eu penso que eu já poderia andar mais longe hoje do que antes da cirurgia, sem me cansar.
Legal, né? Eu tô achando...
Abraços e depois eu volto.
Falando em números, na quarta feira eu fui ao médico fazer a pesagem oficial (que nem fórmula 1) e deu o seguinte: 126,8 kg. Sabendo que eu operei com 136,7 kg e que no último dia e meio eu devo ter perdido mais de 100 gramas, posso dizer com orgulho que estou mais de 10 kg mais próximo de ser um símbolo sexual. Hehehehe.
Ainda não vou postar foto de como eu estou, porque o choque vai ser maior semana que vem, então aguardem. Se bobear eu posto até umas poses sensuais. Just kiddin!
O corte também está fechando bem, quase não está saindo mais sangue e a cicatrização vai de vento em popa. Podia ser melhor, mas como eu não sou assim um exemplo de boa cicatrização, tá bala.
Outra coisa que eu quero falar é que fazer exercícios deve ficar muito mais prazeroso na hora em que eu os puder fazer. Digo isso porque o simples fato de andar sem carregar 10 kg de gordura é extremamente gratificante. Parece que o esforço diminuiu exponencialmente eu eu penso que eu já poderia andar mais longe hoje do que antes da cirurgia, sem me cansar.
Legal, né? Eu tô achando...
Abraços e depois eu volto.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Um pouco de história
Olá, pessoas!
Eu estive um pouco longe do blog nos últimos dias, mas não abandonei não. É que o tédio sempre concorre com a inspiração pelo uso da minha mente, e ultimamente ele tem ganhado. Ficar em casa é legal quando é por opção, mas o fato de eu já poder andar sem muitas restrições e sem nenhuma dor ajuda. Nos últimos dias eu andei um pouco pela rua, fui à casa da minha irmã, da minha mãe e do André (essa última de carro, porque é longe) e isso faz o tempo passar mais rápido.
Well, eu sempre tenho escrito aqui como se todo mundo que fosse ler me conhecesse, mas eu imagino que nem todo mundo teve este prazer, então para quem não sabe como é a minha cara, esse sou eu:
Eu estive um pouco longe do blog nos últimos dias, mas não abandonei não. É que o tédio sempre concorre com a inspiração pelo uso da minha mente, e ultimamente ele tem ganhado. Ficar em casa é legal quando é por opção, mas o fato de eu já poder andar sem muitas restrições e sem nenhuma dor ajuda. Nos últimos dias eu andei um pouco pela rua, fui à casa da minha irmã, da minha mãe e do André (essa última de carro, porque é longe) e isso faz o tempo passar mais rápido.
Well, eu sempre tenho escrito aqui como se todo mundo que fosse ler me conhecesse, mas eu imagino que nem todo mundo teve este prazer, então para quem não sabe como é a minha cara, esse sou eu:
Pois é, eu sou um cara simpaticão, catito e pimpão, e até tenho uma esposa muy bonita, essa aqui, ó:
Sim, essa é a Ana Paula. Nessa foto ela parece modelo da Marcia Melo, né? Mas ela sorri a maior parte do tempo, e o sorriso dela é lindo. Então... Ah! A propósito, ela também tem um blog, de bijuterias, e é esse aqui. Ela tem cuidado de mim nesses últimos 7 anos, e especialmente nesta última semana. CLARO que a minha família sensacional tem ajudado, mas o dia-a-dia é com ela mesmo.
Eu sou um cara muito feliz, não tenho problemas sérios de auto-estima, tanto que eu toco baixo em uma banda e canto e toco guitarra em outra, e me vejo rodeado de poucos mas excelentes amigos, então eu não diria que a sociedade me exclui. Porque então eu decidi fazer a cirurgia de redução de estômago? Basicamente por dois motivos:
1 - Saúde. Eu pretendo viver muito ainda, e gostaria de viver bem. Se eu continuar gordo, todos os problemas que eu ainda não tenho, como colesterol, pressão alta, diabetes, o escambau, vão aparecer, e eu não quero eles por aqui. Já me basta a asma, e se Deus quiser vai embora.
2 - Este é auto explicativo. Olha uma foto de eu entrando no mar:
Algumas pessoas têm uma pochete na barriga, mas eu mesmo tenho quase que um baú. Isso tinha que acabar.
Beleza, decisão tomada, eu fui pro hospital. A saga do hospital eu já contei por aqui, mas o que quase ninguém viu ainda são as fotos, entonces olha só isso:
Esse sou eu, já no quarto do hospital, pronto para ir pra sala de cirurgia. Que aflição do inferno!
No quarto, depois da cirurgia, com o Fred, a Fá e a Ana Cláudia, meus queridos amigos. Na verdade muito mais gente foi lá me visitar, mas eu só tenho fotos com essas encrencas aí. A Paula tá tirando a foto e quase não arredou o pé do quarto.
Judite e Toffe, meus dois malteses, que estão dormindo na casa da minha mãe porque eu estou com o corte ainda cicatrizando e eles podem contaminar alguma coisa, tipo eu, por exemplo. Mas eles vêm passar o dia no quintal comigo.
Bom, por enqüanto é só, mas eu devo voltar a postar em breve. E espero que vcs tenham gostado da nova cara do blog. Deu trabalho fazer essa testeira, viu?
Abraços e até mais.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Primeiras impressões
Ois!
Hoje é o meu terceiro dia que eu estou em casa. Nada de muito terrível aconteceu, psicologicamente falando, embora a vontade de comer algo sólido esteja começando a dar as caras. Mas eu num sô tatu de ouvir essa vozinha na minha cabeça que me diz que só uma bolachinha água-e-sal não faz mal. Vou ficar firme e forte, se Deus quiser.
A Paula tá sendo uma enfermeira bem legal, nada a reclamar, os caldos e as opções que ela me faz são bem saborosos e eu não tenho fome nenhuma. O negócio é ver a maldita propaganda da Hellmann's com cebola frita no shoyu. Damnit!
O corte praticamente nem dói mais, eu tô levantando da cama sem ajuda e sem dor, o respiron já não é páreo par o meu fôlego e andar jé é natural. Beleza, acho que isso significa que eu estou me recuperando bem. O calor que tem feito esses dias me faz amadiçoar essa meia de média compressão que eu tenho que usar, mas por pior que seja, vamos à comparação:
Usar a meia: Mais uns 10 dias de calor controlável.
Não usar a meia: Risco de trombose, coágulos, seqüelas e quiçá morte.
Eu penso que vocês entendem que eu prefiro a meia à alternativa...
Ah! eu estou aproveitando o tempo ocioso para fazer diversas coisas úteis. Por exemplo, hoje eu tirei dúvidas operacionais sobre operar na bolsa com o Cezar, que gentilmente mudou sua locanda trabalhística para minha humilde residência por esses tempos. Outra coisa que eu fiz foi um teste comparativo entre as lentes G-15 e B-15 polarizada dos óculos Ray-Ban que eu comprei. a parte chata é que o teste foi inconclusivo. As lentes são de igual qualidade. Aí eu me pergunto, como diabos eu vivi até hoje sem saber disso? E você, também não se sente grato por eu ter te informado isso?
Sim, eu preciso sarar logo e/ou arrumar um passatempo mais produtivo.
Hoje é o meu terceiro dia que eu estou em casa. Nada de muito terrível aconteceu, psicologicamente falando, embora a vontade de comer algo sólido esteja começando a dar as caras. Mas eu num sô tatu de ouvir essa vozinha na minha cabeça que me diz que só uma bolachinha água-e-sal não faz mal. Vou ficar firme e forte, se Deus quiser.
A Paula tá sendo uma enfermeira bem legal, nada a reclamar, os caldos e as opções que ela me faz são bem saborosos e eu não tenho fome nenhuma. O negócio é ver a maldita propaganda da Hellmann's com cebola frita no shoyu. Damnit!
O corte praticamente nem dói mais, eu tô levantando da cama sem ajuda e sem dor, o respiron já não é páreo par o meu fôlego e andar jé é natural. Beleza, acho que isso significa que eu estou me recuperando bem. O calor que tem feito esses dias me faz amadiçoar essa meia de média compressão que eu tenho que usar, mas por pior que seja, vamos à comparação:
Usar a meia: Mais uns 10 dias de calor controlável.
Não usar a meia: Risco de trombose, coágulos, seqüelas e quiçá morte.
Eu penso que vocês entendem que eu prefiro a meia à alternativa...
Ah! eu estou aproveitando o tempo ocioso para fazer diversas coisas úteis. Por exemplo, hoje eu tirei dúvidas operacionais sobre operar na bolsa com o Cezar, que gentilmente mudou sua locanda trabalhística para minha humilde residência por esses tempos. Outra coisa que eu fiz foi um teste comparativo entre as lentes G-15 e B-15 polarizada dos óculos Ray-Ban que eu comprei. a parte chata é que o teste foi inconclusivo. As lentes são de igual qualidade. Aí eu me pergunto, como diabos eu vivi até hoje sem saber disso? E você, também não se sente grato por eu ter te informado isso?
Sim, eu preciso sarar logo e/ou arrumar um passatempo mais produtivo.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Voltei, e estou bem.
Bom, ates de ler ou comentar qualquer coisa que alguém tenha escrito por aqui, vou escrever, mas não se sintam injustiçados que a próxima coisa que eu vou fazer é ler e agradecer os apoios comentacionais múltiplos que eu devo ter recebido.
Primeira coisa importante de dizer aqui é: Eu estou ótimo. Não estou sofrendo quase nada, a dor está super pouca, não sei o que é fome e agora eu já estou em casa. Hurray!
Voltando um pouquinho no tempo, para o dia 19, fatídico dia em que troquei meu estômago superdimensionado por um copinho de café, acordei em jejum, fui pro hospital às 7, pronto para ser internado às 10 da manhã. Acabou rolando um atraso grande, e eu fui pra sala de cirurgia às 13:30, mais ou menos. Deixa eu falar uma coisa pra vocês, eu não estava pronto pra este atraso. Coisas terríveis começam a passar pela cabeça da gente. A fome bate forte e colocado. Eu sou bem impaciente, então a irritação já tava começando a pegar também.
Bom, chegou a hora, bora vestir aquela porcaria de avental de hospital. Acho que o único propósito daquela porcaria é fazer quem tem pouca força de vontade desisitir, porque não é fácil ir pra anestesia mostrando a bunda pros seus familiares. Alguém precisa dar um basta nisso. Beleza, tenho uma foto deste momento lindo, depois eu posto pra vcs.
Chegou a anestesista. Putz, aquela avalanche de dúvidas que estava povoando a minha cabeça deu três piruetas e um mortal pra trás, e eu falei pra ela esperar um pouquinho. Ela, muito solícita e educada, parou, com a agulha encostada na minha pele, mas me disse que a decisão era minha e que se eu quisesse a gente parava ali mesmo. Confesso que fiquei tentado, mas eu pensei "não vou deixar duas horas de pânico acabarem com 6 meses de preparação", e falei "Manda brasa". Não vi mais nada.
Acordei, se é que isso é acordar, no quarto, cheio de gente. Quem estava lá, conta aí nos comentários, que as lembranças deste primeiro contato com o mundo me são absolutamente nebulosos. Eu só sei que eu tava fazendo uma força imensa pra não fechar o olho de novo, sob o peso dos sedativos. Tentei sorrir, mas não acho que eu tenha tido sucesso. Lembro de ter ganhado um beijo da Paula e de ter pedido pra ela não apoiar no meu peito, antes de apagar.
Fiquei o resto do dia grogue, com a meia pneumática funcionando, apertando minhas pernas do joelho pra baixo e fazendo a minha cama vibrar e fazer um barulhão a cada 30 segundos. não é legal, podem acreditar, mas é melhor do que ter uma trombose, eu penso. Ah, e maldita cama de hospital... Ô coisinha desconfortável dos infernos! Minhas costas doiam mais do que o corte. Praticamente passei a noite em claro, mudando a TV de canal aleatoriamente e morrendo de tédio. Consegui dormir por volta das 6 da manhã, pronto para uma longa e repousante noite de sono. Mas quem foi que falou que paciente tem que dormir???
Às 7 da matina, em ponto, entra pelo quarto uma figura bélica, chutando a porta e acendendo a luz, dizendo numa voz extremamente forte "Bom dia, sou ________, sua fisioterapeuta". O espaço em branco significa que eu não tinha dormido o suficiente para assimilar o nome dela. Fiz os exercícios que ela mandou, na hora e durante o dia inteiro, até porque ela tocou o terror dizendo que se eu não os fizesse eu ia ter uma pneumonia e o homem do saco ia vir me buscar. Toca fazer, né? De hora em hora, religiosamente.
O pessoal da enfermagem era super simpático, apesar de alguns envolvidos não estarem exatamente bem informados sobre o que estava acontecendo. Eu entendo, afinal eu tb já fui estagiário. Mas, pô, era a minha saúde ali, né? O Dr. Gustavo, meu cirurgião foi me visitar também, falou que estava tudo nos conformes e que a cirurgia tinha sido um sucesso. Com um pouquinho de ajuda, levantei e fui andar. Ordens do dotô, pára de me olhar torto.
Doeu, lógico, mas foi tranqüilo. Muitas visitas, muitos passeios pelos corredores do hospital e o dia se foi mais rápido. A noite de anteontem pra ontem foi mais ou menos na mesma toada da anterior, mas eu me consolava sabendo que era a última naquela cama horrível.
Acordei de novo com a minha fisioterapeuta ligando a luz na minha cara às 7 da matina, perguntando se eu tinha feito tudo certinho, e se eu tivesse em condições, teria me ajoelhado e pedido misericórdia. Ela falou também que eu precisava andar muito para que os gases intestinais pudessem sair sem problemas.
Logo depois, o Dr. Fernando, da equipe do Dr. Gustavo, me visitou e me liberou para deixar o hospital depois do almoço. Mais visitas, mais remédios e antes que eu pudesse falar "pindamonhangaba é a capital do tapibaquígrafo", era hora de ir pra casa.
Fiz uma viagem bem tranqüila e cheguei bem em casa. As desventuras daqui eu conto depois que este post está precisando perder uns quilinhos...
Agradecimentos mega ultra especialíssimos à Ana Cláudia, ao Rique, ao Cezar, ao Fred, à Fabiana, ao Hugo, à Regina, à Selma e à minha mãe que foram até o hospital me dar um oi, e um agradecimento ainda maior à Ana Paula, minha lindinha, que não só passou por tudo isso comigo como está fazendo o seu melhor para que eu me sinta bem e me recupere da melhor forma possível. Brigadão, moça bonita!
Até mais!
Primeira coisa importante de dizer aqui é: Eu estou ótimo. Não estou sofrendo quase nada, a dor está super pouca, não sei o que é fome e agora eu já estou em casa. Hurray!
Voltando um pouquinho no tempo, para o dia 19, fatídico dia em que troquei meu estômago superdimensionado por um copinho de café, acordei em jejum, fui pro hospital às 7, pronto para ser internado às 10 da manhã. Acabou rolando um atraso grande, e eu fui pra sala de cirurgia às 13:30, mais ou menos. Deixa eu falar uma coisa pra vocês, eu não estava pronto pra este atraso. Coisas terríveis começam a passar pela cabeça da gente. A fome bate forte e colocado. Eu sou bem impaciente, então a irritação já tava começando a pegar também.
Bom, chegou a hora, bora vestir aquela porcaria de avental de hospital. Acho que o único propósito daquela porcaria é fazer quem tem pouca força de vontade desisitir, porque não é fácil ir pra anestesia mostrando a bunda pros seus familiares. Alguém precisa dar um basta nisso. Beleza, tenho uma foto deste momento lindo, depois eu posto pra vcs.
Chegou a anestesista. Putz, aquela avalanche de dúvidas que estava povoando a minha cabeça deu três piruetas e um mortal pra trás, e eu falei pra ela esperar um pouquinho. Ela, muito solícita e educada, parou, com a agulha encostada na minha pele, mas me disse que a decisão era minha e que se eu quisesse a gente parava ali mesmo. Confesso que fiquei tentado, mas eu pensei "não vou deixar duas horas de pânico acabarem com 6 meses de preparação", e falei "Manda brasa". Não vi mais nada.
Acordei, se é que isso é acordar, no quarto, cheio de gente. Quem estava lá, conta aí nos comentários, que as lembranças deste primeiro contato com o mundo me são absolutamente nebulosos. Eu só sei que eu tava fazendo uma força imensa pra não fechar o olho de novo, sob o peso dos sedativos. Tentei sorrir, mas não acho que eu tenha tido sucesso. Lembro de ter ganhado um beijo da Paula e de ter pedido pra ela não apoiar no meu peito, antes de apagar.
Fiquei o resto do dia grogue, com a meia pneumática funcionando, apertando minhas pernas do joelho pra baixo e fazendo a minha cama vibrar e fazer um barulhão a cada 30 segundos. não é legal, podem acreditar, mas é melhor do que ter uma trombose, eu penso. Ah, e maldita cama de hospital... Ô coisinha desconfortável dos infernos! Minhas costas doiam mais do que o corte. Praticamente passei a noite em claro, mudando a TV de canal aleatoriamente e morrendo de tédio. Consegui dormir por volta das 6 da manhã, pronto para uma longa e repousante noite de sono. Mas quem foi que falou que paciente tem que dormir???
Às 7 da matina, em ponto, entra pelo quarto uma figura bélica, chutando a porta e acendendo a luz, dizendo numa voz extremamente forte "Bom dia, sou ________, sua fisioterapeuta". O espaço em branco significa que eu não tinha dormido o suficiente para assimilar o nome dela. Fiz os exercícios que ela mandou, na hora e durante o dia inteiro, até porque ela tocou o terror dizendo que se eu não os fizesse eu ia ter uma pneumonia e o homem do saco ia vir me buscar. Toca fazer, né? De hora em hora, religiosamente.
O pessoal da enfermagem era super simpático, apesar de alguns envolvidos não estarem exatamente bem informados sobre o que estava acontecendo. Eu entendo, afinal eu tb já fui estagiário. Mas, pô, era a minha saúde ali, né? O Dr. Gustavo, meu cirurgião foi me visitar também, falou que estava tudo nos conformes e que a cirurgia tinha sido um sucesso. Com um pouquinho de ajuda, levantei e fui andar. Ordens do dotô, pára de me olhar torto.
Doeu, lógico, mas foi tranqüilo. Muitas visitas, muitos passeios pelos corredores do hospital e o dia se foi mais rápido. A noite de anteontem pra ontem foi mais ou menos na mesma toada da anterior, mas eu me consolava sabendo que era a última naquela cama horrível.
Acordei de novo com a minha fisioterapeuta ligando a luz na minha cara às 7 da matina, perguntando se eu tinha feito tudo certinho, e se eu tivesse em condições, teria me ajoelhado e pedido misericórdia. Ela falou também que eu precisava andar muito para que os gases intestinais pudessem sair sem problemas.
Logo depois, o Dr. Fernando, da equipe do Dr. Gustavo, me visitou e me liberou para deixar o hospital depois do almoço. Mais visitas, mais remédios e antes que eu pudesse falar "pindamonhangaba é a capital do tapibaquígrafo", era hora de ir pra casa.
Fiz uma viagem bem tranqüila e cheguei bem em casa. As desventuras daqui eu conto depois que este post está precisando perder uns quilinhos...
Agradecimentos mega ultra especialíssimos à Ana Cláudia, ao Rique, ao Cezar, ao Fred, à Fabiana, ao Hugo, à Regina, à Selma e à minha mãe que foram até o hospital me dar um oi, e um agradecimento ainda maior à Ana Paula, minha lindinha, que não só passou por tudo isso comigo como está fazendo o seu melhor para que eu me sinta bem e me recupere da melhor forma possível. Brigadão, moça bonita!
Até mais!
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
É hoje/amanhã!!!!
Tô na casa do Rique e da Ana Cláudia, são duas da matina e eu tô com muita sede. Amanhã (hoje, né?) é o dia da cirurgia e eu estou bem tranqüilo, nem parece que daqui a pouquinho eu vou entrar na faca.
A dieta líquida de hoje foi bem fácil, qualquer zé ruela teria conseguido. Até eu consegui, e sem sofrer. Só tá punk a sede, já que desde as 22h eu tô sem tomar nem água...
Em uns 3 ou 4 dias eu volto a escrever, com uma cicatriz inteira e só meio estômago. Bom, na verdade, bem menos de meio. E uns quilos a menos, hopefully!
E sim, eu amo vcs todos que têm me dado atenção e os melhores votos de uma boa recuperação. Eu tô confiante e boa parte disso se deve a vocês que estão orando pela minha pessoa.
Té mais!
A dieta líquida de hoje foi bem fácil, qualquer zé ruela teria conseguido. Até eu consegui, e sem sofrer. Só tá punk a sede, já que desde as 22h eu tô sem tomar nem água...
Em uns 3 ou 4 dias eu volto a escrever, com uma cicatriz inteira e só meio estômago. Bom, na verdade, bem menos de meio. E uns quilos a menos, hopefully!
E sim, eu amo vcs todos que têm me dado atenção e os melhores votos de uma boa recuperação. Eu tô confiante e boa parte disso se deve a vocês que estão orando pela minha pessoa.
Té mais!
sábado, 17 de outubro de 2009
Humpf... sem inspiração....
Últimos dias antes da cirurgia, muitas coisas que eu poderia (deveria, pô! Cadê a responsabilidade jornalística?) estar escrevendo, mas a inspiração tá faltando. Estou levemente desgastado emocionalmente, mas a família tá dando suporte. Ontem eu fui na psicóloga pela última vez antes da cirurgia e me pareceu que tá tudo bem.
Tô ansioso, mas quem não estaria? Let's face it, é uma pusta cirurgia grande. Eu nem tô surtando muito, e se isso não prova que eu sou macho pacaray, você vai precisar confiar na palavra da Paula.
A vida segue bela...
Tô ansioso, mas quem não estaria? Let's face it, é uma pusta cirurgia grande. Eu nem tô surtando muito, e se isso não prova que eu sou macho pacaray, você vai precisar confiar na palavra da Paula.
A vida segue bela...
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Vagos devaneios que pululam no subconsciente da mente humana...
Hoje eu estou encanado. Nem sei com que, mas estou. Acordei com a sensação de alguma coisa incomodando. Não falei pra ninguém, mas acordei com um peso na mente (o da barriga não estava incomodando muito) e uma dúvida na cabeça: o que diabos está me incomodando?
Cheguei no escritório e minha chefe, que também é minha mãe, perguntou porque eu tava com essa cara. Disse que não fazia a menor idéia. Ela respondeu, com a sabedoria de quem conhece a gente melhor do que conhece a si própria (coisas de mãe) que é pela proximidade da cirurgia, que a cabeça da gente começa a girar e, antes que a gente veja, já tá zonzo.
Acho que faz sentido. Mas eu ainda não racionalizei nada, não tô com frio na espinha de pensar na cirurgia, estou consciente das dificuldades que vou ter depois, elas me assustam, mas a perspectiva delas não me incomoda. Bizarro, né?
Pelo menos hoje a banda vai tocar e vai ser a minha despedida gorda do palco. Acho que tô precisando liberar energia, mesmo. Sei lá, tirar essa carga invisível da minha cabeça confusa. Acabei de lembrar do texto de abertura da peça "Somos todos do Jardim da infância"... Pro Cezar, Fred, Fá, Rique e quem mais acompanhou esta jornada, que os ETs não desembarquem e que o Brasil vire uma república (piada interna detected).
Deixa eu trabalhar que hoje só amanhã.
Cheguei no escritório e minha chefe, que também é minha mãe, perguntou porque eu tava com essa cara. Disse que não fazia a menor idéia. Ela respondeu, com a sabedoria de quem conhece a gente melhor do que conhece a si própria (coisas de mãe) que é pela proximidade da cirurgia, que a cabeça da gente começa a girar e, antes que a gente veja, já tá zonzo.
Acho que faz sentido. Mas eu ainda não racionalizei nada, não tô com frio na espinha de pensar na cirurgia, estou consciente das dificuldades que vou ter depois, elas me assustam, mas a perspectiva delas não me incomoda. Bizarro, né?
Pelo menos hoje a banda vai tocar e vai ser a minha despedida gorda do palco. Acho que tô precisando liberar energia, mesmo. Sei lá, tirar essa carga invisível da minha cabeça confusa. Acabei de lembrar do texto de abertura da peça "Somos todos do Jardim da infância"... Pro Cezar, Fred, Fá, Rique e quem mais acompanhou esta jornada, que os ETs não desembarquem e que o Brasil vire uma república (piada interna detected).
Deixa eu trabalhar que hoje só amanhã.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Minha pequena paranóia.
Putz! Eu tava tranquilo pra caramba. Bom, na verdade, eu estou tranquilo pra caramba, mas ontem à noite, antes de dormir, a paranóia bateu à porta pela primeira vez. Nada que preocupe, mas eu fui dormir pensando nas dificuldades de adaptação que eu vou ter.
Penso que, depois da cirurgia, eu vou achar difícil controlar algumas compulsões, tipo passar perto de um chocolate aberto na mesa e não comer nada (especificamente nos 30 e poucos dias depois da cirurgia), bater uma fominha antes de dormir e ter que me controlar, saber que é mais compulsão do que fome. Mas, apesar de saber que eu vou sofrer um pouco, racionalizando tudo, ainda vale a pena com bastante folga.
Just for the records, ficar 2 meses sem uma gota de bebida alcoólica (já estou há um mês) me parece bem fácil, mas que me deu vontade nesse um mês já, isso deu. Especialmente que as noites andam meio frias e um Whisky cairia muito bem. Mas sofrimento zero (ou quase zero).
Só me responde uma coisa: Que mundo injusto é esse que põe um gordo (eu ainda o sou) pra trabalhar entre a Cacau Show e a Padaria Ypê? Damnit!
Penso que, depois da cirurgia, eu vou achar difícil controlar algumas compulsões, tipo passar perto de um chocolate aberto na mesa e não comer nada (especificamente nos 30 e poucos dias depois da cirurgia), bater uma fominha antes de dormir e ter que me controlar, saber que é mais compulsão do que fome. Mas, apesar de saber que eu vou sofrer um pouco, racionalizando tudo, ainda vale a pena com bastante folga.
Just for the records, ficar 2 meses sem uma gota de bebida alcoólica (já estou há um mês) me parece bem fácil, mas que me deu vontade nesse um mês já, isso deu. Especialmente que as noites andam meio frias e um Whisky cairia muito bem. Mas sofrimento zero (ou quase zero).
Só me responde uma coisa: Que mundo injusto é esse que põe um gordo (eu ainda o sou) pra trabalhar entre a Cacau Show e a Padaria Ypê? Damnit!
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
A decisão, os motivos e a preparação.
[modo depoimento do AA=on]
Oi. Meu nome é Oscar e eu sou gordo há pelo menos 20 anos. Eu tenho 31, então eu nem lembro como era ser magro.
[modo depoimento do AA=off]
Tá, é basicamente isso mesmo. Hoje eu tenho uma saúde razoável, apesar dos meus 136kg. Eu tenho asma e artrose no tornozelo direito, mas minha pressão, meu colesterol e todo o resto tá em dia. E eu sou bem ágil para um cara do meu tamanho, viu? E prometo que eu não vou ser muito técnico por aqui, mas pra começar, eu preciso dar alguns dados pra vcs.
Por que diabos eu decidi mudar meu estômago pro tamanho do estômago dos meus cachorros malteses?
Resposta simples: Eu quero viver bem. E viver por bastante tempo ainda. Sim, a busca pela auto-estima é importante, mas a saúde e a qualidade de vida foram os decisórios.
Isto posto, minha mulé (beijo, Paula!), minha família, meus amigos e meus cachorros estão me dando a maior força.
Durante a preparação, eu aprendi o valor de mastigar devagar e de comer várias vezes por dia. Numa dessas, eu perdi 5kg, e consegui reeducar uma parte importante do meu cérebro. Nada que se compare ao que eu vou precisar fazer, mas é um começo.
Tô indo à psicóloga e à nutricionista, e recomendo a todo mundo que vá à psicóloga e à nutricionista, mesmo que não vá fazer a cirurgia. Acredite, seu cérebro e a sua alimentação podem ser melhores. Sempre.
A vida é bela, e agora, a apenas uma semana da cirurgia, o desespero tá batendo, mas nada que não seja contornável. Espero não surtar essa semana. Meus maiores medos são a mesa de cirurgia (óbvio), a reeducação alimentar e o mardito dumping. Depois eu falo mais sobre o que diabos é isso.
Bom, parei que eu tô enferrujado em escrever. Mas pelo menos no mês de recuperação eu vou escrever bastante, nem se for pra espantar o tédio.
Té mais.
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