Bom, ates de ler ou comentar qualquer coisa que alguém tenha escrito por aqui, vou escrever, mas não se sintam injustiçados que a próxima coisa que eu vou fazer é ler e agradecer os apoios comentacionais múltiplos que eu devo ter recebido.
Primeira coisa importante de dizer aqui é: Eu estou ótimo. Não estou sofrendo quase nada, a dor está super pouca, não sei o que é fome e agora eu já estou em casa. Hurray!
Voltando um pouquinho no tempo, para o dia 19, fatídico dia em que troquei meu estômago superdimensionado por um copinho de café, acordei em jejum, fui pro hospital às 7, pronto para ser internado às 10 da manhã. Acabou rolando um atraso grande, e eu fui pra sala de cirurgia às 13:30, mais ou menos. Deixa eu falar uma coisa pra vocês, eu não estava pronto pra este atraso. Coisas terríveis começam a passar pela cabeça da gente. A fome bate forte e colocado. Eu sou bem impaciente, então a irritação já tava começando a pegar também.
Bom, chegou a hora, bora vestir aquela porcaria de avental de hospital. Acho que o único propósito daquela porcaria é fazer quem tem pouca força de vontade desisitir, porque não é fácil ir pra anestesia mostrando a bunda pros seus familiares. Alguém precisa dar um basta nisso. Beleza, tenho uma foto deste momento lindo, depois eu posto pra vcs.
Chegou a anestesista. Putz, aquela avalanche de dúvidas que estava povoando a minha cabeça deu três piruetas e um mortal pra trás, e eu falei pra ela esperar um pouquinho. Ela, muito solícita e educada, parou, com a agulha encostada na minha pele, mas me disse que a decisão era minha e que se eu quisesse a gente parava ali mesmo. Confesso que fiquei tentado, mas eu pensei "não vou deixar duas horas de pânico acabarem com 6 meses de preparação", e falei "Manda brasa". Não vi mais nada.
Acordei, se é que isso é acordar, no quarto, cheio de gente. Quem estava lá, conta aí nos comentários, que as lembranças deste primeiro contato com o mundo me são absolutamente nebulosos. Eu só sei que eu tava fazendo uma força imensa pra não fechar o olho de novo, sob o peso dos sedativos. Tentei sorrir, mas não acho que eu tenha tido sucesso. Lembro de ter ganhado um beijo da Paula e de ter pedido pra ela não apoiar no meu peito, antes de apagar.
Fiquei o resto do dia grogue, com a meia pneumática funcionando, apertando minhas pernas do joelho pra baixo e fazendo a minha cama vibrar e fazer um barulhão a cada 30 segundos. não é legal, podem acreditar, mas é melhor do que ter uma trombose, eu penso. Ah, e maldita cama de hospital... Ô coisinha desconfortável dos infernos! Minhas costas doiam mais do que o corte. Praticamente passei a noite em claro, mudando a TV de canal aleatoriamente e morrendo de tédio. Consegui dormir por volta das 6 da manhã, pronto para uma longa e repousante noite de sono. Mas quem foi que falou que paciente tem que dormir???
Às 7 da matina, em ponto, entra pelo quarto uma figura bélica, chutando a porta e acendendo a luz, dizendo numa voz extremamente forte "Bom dia, sou ________, sua fisioterapeuta". O espaço em branco significa que eu não tinha dormido o suficiente para assimilar o nome dela. Fiz os exercícios que ela mandou, na hora e durante o dia inteiro, até porque ela tocou o terror dizendo que se eu não os fizesse eu ia ter uma pneumonia e o homem do saco ia vir me buscar. Toca fazer, né? De hora em hora, religiosamente.
O pessoal da enfermagem era super simpático, apesar de alguns envolvidos não estarem exatamente bem informados sobre o que estava acontecendo. Eu entendo, afinal eu tb já fui estagiário. Mas, pô, era a minha saúde ali, né? O Dr. Gustavo, meu cirurgião foi me visitar também, falou que estava tudo nos conformes e que a cirurgia tinha sido um sucesso. Com um pouquinho de ajuda, levantei e fui andar. Ordens do dotô, pára de me olhar torto.
Doeu, lógico, mas foi tranqüilo. Muitas visitas, muitos passeios pelos corredores do hospital e o dia se foi mais rápido. A noite de anteontem pra ontem foi mais ou menos na mesma toada da anterior, mas eu me consolava sabendo que era a última naquela cama horrível.
Acordei de novo com a minha fisioterapeuta ligando a luz na minha cara às 7 da matina, perguntando se eu tinha feito tudo certinho, e se eu tivesse em condições, teria me ajoelhado e pedido misericórdia. Ela falou também que eu precisava andar muito para que os gases intestinais pudessem sair sem problemas.
Logo depois, o Dr. Fernando, da equipe do Dr. Gustavo, me visitou e me liberou para deixar o hospital depois do almoço. Mais visitas, mais remédios e antes que eu pudesse falar "pindamonhangaba é a capital do tapibaquígrafo", era hora de ir pra casa.
Fiz uma viagem bem tranqüila e cheguei bem em casa. As desventuras daqui eu conto depois que este post está precisando perder uns quilinhos...
Agradecimentos mega ultra especialíssimos à Ana Cláudia, ao Rique, ao Cezar, ao Fred, à Fabiana, ao Hugo, à Regina, à Selma e à minha mãe que foram até o hospital me dar um oi, e um agradecimento ainda maior à Ana Paula, minha lindinha, que não só passou por tudo isso comigo como está fazendo o seu melhor para que eu me sinta bem e me recupere da melhor forma possível. Brigadão, moça bonita!
Até mais!
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
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Eita mozão! Vc está melhor do que eu esperava, viu? A primeira coisa que vc fez ao entrar no quarto foi abrir o zóião DESSE tamanho, acho que pra ver quem tava no quarto te esperando. Esses dias contigo estão me fazendo te amar mais. Aliás, vou ter que te amar muito mesmo pq vc já é lindo e vai ficar mais ainda. Esses zóios azuis vão me dar um trabalho...
ResponderExcluirSkr! Mais engraçado que seu post é só o fato de eu estar escrevendo esse comment da sua própria casa em quanto você joga Mario Kart! Heheheh.... É nói! Grazzi!
ResponderExcluirOscar, estou muito feliz em saber que a sua recuperação esta sendo muito boa. Vc sabe que pode contar com a gente sempre.
ResponderExcluirUm grande beijo, o Fred tá mandanod um abraço.
Oscar
ResponderExcluirRealmente achei que fosse ser muito mais difícil pra vc durante sua internação. Que vc iria sofrer muito mais e reclamar tb muito mais.
Hoje, lendo seu post e sua capacidade de externar e ironizar seus sentimentos mais profundos e angustiantes, penso se não teríamos tido muito mais oportunidade de rir se vc tivesse sofrido mais nesse período.
Brincadeiras mórbidas à parte;
Parabéns pra vc pela força e determinação e pra Ana Paula que está realmente te ajudando a segurar o rojão.
Boa sorte.
Seu médico
Oscar, morri de dar risada e estou muito feliz por você! força nessa nova etapa!
ResponderExcluirAbraçao
Raquel e Sylvain
ao vivo de bruxelas
Eu ainda estou no pós operatório... Obrigada pois com seus posts pude ver que tudo isso tende a melhorar com o tempo. Gracias!
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